A História Secreta é contada por Richard Papen. Ele é admitido em uma seleta universidade em Vermont, chamada Hampden College, frequentada pela alta elite norte-americana, e fica amigo de cinco alunos, sofisticados e de grande popularidade. Eles foram escolhidos por um mestre enigmático para estudarem os mitos da Grécia Antiga e tentam encontrar a verdade e a beleza. Os estudos, na realidade, são festas cheias de orgias, conversas filosóficas e loucuras e, em uma delas, ocorre o assassinato de Edmund "Bunny", assassinato este supostamente cometido pela manifestação de Dionísio (deus do vinho, das festas e dos prazeres carnais). Richard descobre a verdade por trás do assassinato e, a partir daí, a história tem suas complicações e desdobramentos..
A partir do momento que a narrativa se desenrola, o enredo torna-se uma estória de suspense às avessas, pois o leitor não precisa descobrir quem cometeu o crime, e sim, o por quê do crime ter sido cometido. Achei esta inversão bastante interessante e me deixou atenta ao livro, curiosa para compreender as razões do assassinato.
Também gostei das outras personagens que compõem o grupo de estudantes: um casal de gêmeos Charles e Camila, que tem uma relação próxima demais (se é que vocês me entendem); Frances Abernathy (que retorna no livro The Goldfinch); o mais intelectual do grupo Henry Winter e o rapaz assassinado, Edmund. O narrador da estória, Richard, aparenta ser o mais deslocado do grupo, pois veio de uma família humilde e conta mentiras, o tempo todo, sobre sua riqueza e patrimônio, para poder fazer parte do grupo. Conforme o mistério do assassinato vai sendo solucionado, outros segredos e mistérios das demais personagens vão emergindo, o que me prendeu mais ainda ao livro.
Gostei bastante da estória, que mistura suspense e drama. Desde o início do livro, o leitor sabe o que acontece, mas isso não tira a graça da leitura, pois ficamos querendo saber como e por quê a personagem morre. Lá pelo meio do livro, este mistério é desvendado e surge um outro pequeno spoiler dado pelo próprio narrador, e de novo, ficamos curiosos em saber o que vai acontecer de verdade. Dona Tartt soube criar uma atmosfera erudita e, ao mesmo tempo, misteriosa e decadente, que realmente nos envolve e nos faz mergulhar no cenário da estória.
Não o considerei ótimo porque existe um certo momento da trama que a escritora perdeu o ritmo, e a narrativa cai um pouco. Logo depois, ela retoma o ritmo inicial e a narrativa volta aos eixos, mas esta queda pode significar a desistência de muitos da leitura.
Os direitos deste livro já foram comprados por um estúdio de cinema e acredito que será um ótimo filme, pois a história combina perfeitamente com um roteiro cinematográfico. Me peguei pensando que ator/atriz poderia fazer as personagens. Agora, aguardo ansiosa para ver se este boato torna-se realidade.
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