Adoro qualquer coisa que esteja relacionada com Artur, os Cavaleiros da Távola Redonda, Merlin, Morgana e afins. Por isso, foi com muita empolgação que comecei a ler a "Trilogia de Merlin" e seu primeiro volume, escrito em 1970 por Mary Stewart.
A premissa desta trilogia é contar a infância de Merlin e sua vida pré-Artur, suas origens, pais, experiências e passado, desde quando era ainda uma criança. Mary Stewart decidiu misturar elementos de ficção com fatos históricos para criar uma narrativa mais completa da vida de Merlin.
Neste livro, Merlin é chamado de Myrddin Emrys, que, na tradução do gaélico, significa falcão e compreende a vida dele desde os seis anos de idade até o início da vida adulta. Ele é filho bastardo da princesa e, por isso, não lhe é permitido viver no castelo. Ele mora com uma aia, que faz o papel de sua mãe na maior parte do tempo, e o namorado dela, um cavalariço que torna-se seu protetor. A princesa não quer contar quem é seu pai, e conforme as fofocas vão se espalhando pelo castelo, as pessoas começam a acreditar que Myrddrin é filho do Demônio. Isso, aliado ao fato dele ser bastardo, faz com que ele se torne antissocial, introvertido e recluso, e adquire o hábito de andar pelas propriedades do castelo sozinho.
Em uma destas andanças, ele conhece um eremita chamado Galapas que mora em uma caverna. Este senhor começa, então, a ensinar uma série de coisas a Myrddin, e logo percebemos que são estes ensinamentos que o tornarão o Merlin feiticeiro que conhecemos. E, claro, a tal caverna tem alguns cristais misteriosos, que dão título ao primeiro volume.
Tenho sentimentos mistos em relação a este livro, pois não posso dizer que o odiei, mas também não posso afirmar que gostei dele. Mary Stewart fez um trabalho muito bom de pesquisa histórica e, ao longo do livro, nos deparamos com diversos lugares e fatos que sabemos o que se tornarão no futuro na lenda do Rei Artur. Esta sensação de familiaridade e continuidade com a lenda foi muito boa, ainda mais sendo admiradora destas lendas como sou. Também foi interessante o que ela imaginou para a infância de Merlin, baseada em fragmentos de relatos históricos sobre ele, pois ela criou uma criança interessante, original e inteligente, exatamente como Merlin poderia ter sido.
Porém, achei a escrita arrastada e entremeada por descrições desnecessárias para a trama, como, por exemplo, das regiões, da geografia e das condições climáticas. Isso tornava os parágrafos longos e a ação demorava a acontecer, e eu acabei perdendo o interesse ao longo da narrativa. O livro foi ficando bastante cansativo e o clímax demorou a chegar e, quando chegou, eu já estava desconcentrada e pensando qual livro seria o próximo da minha lista.
Mas, ainda assim, pretendo ler a continuação, "As Colinas Ocas", na esperança de que talvez o segundo volume seja mais dinâmico e menos descritivo.
Você já leu este livro e quer deixar sua opinião? Me escreva um comentário que vou adorar saber! (:
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