by Ana Luísa Pinto |
Bom, acontece que estou perdendo.
Sempre fui do tipo de pessoa que tem um plano. E se tudo desse errado? Eu tinha um plano para isso também. E um terceiro, caso fosse necessário. E, mais que tudo, fui do tipo de pessoa que sabia o que queria. Mesmo em meio à tragédia, o que me firmava no chão e me salvava da loucura era este saber. Eu sabia, respirava fundo, e estava tudo bem.
E agora? Pois é, me pergunto isso também: e agora?
Acreditei que, nesta altura da minha vida (ou melhor, neste comprimento dela), eu teria encontrado meu caminho. Me perdi ali no meio do percurso, mas encontrei uma estradinha e prossegui. Para onde?, é o que venho me perguntando todos os dias. Continuo andando, mas não faço muitas idéias de para onde estou indo.
Faz um tempo que continuei me dedicando a diversas possibilidades, mas sem muitas expectativas para o futuro. Vamos seguindo, pensei, e ver o que acontece. Mas muitas destas possibilidades perderam sentido agora, quando penso melhor sobre elas. E me sinto tão triste que tenho medo de chorar e provocar uma ruptura em mim.
Me parabenizaram pelo meu aniversário e me perguntaram se eu estava feliz. Tive vergonha de responder que não sabia muito bem pelo que eu estava sendo parabenizada - veja bem, não estou insatisfeita com o presente. Estou assustada com o futuro, muito assustada, com medo de descobrir que não cheguei a lugar nenhum.
1 Comments
Oi, Ruh!
ResponderExcluirAhh, nada como não ter uma direção, né? Eu tenho fases. Há fases ótimas, nas quais acho tudo incrível, que tudo está dando certo e que estou feliz. Mas sempre há as fases que nem quero abrir os olhos de manhã e encarar o dia. Queria mesmo ficar enterrada na minha cama, deixando o mundo passar. Essa coisa de "vamos seguindo" é o que a gente mais faz, né? É tipo uma conformação sobre tudo o que nos acontece. Acontece algo ruim? Vamos seguindo. Acontece algo mais ou menos? Vamos seguindo. E seguimos. É engraçado, a gente vive falando que "seguir em frente" é difícil, mas quantas situações cotidianas, sem que nem percebamos, nós seguimos em frente? Uma resposta grosseira de alguém, uma nota ruim numa prova, um cliente mau-humorado, a chuva que nos atrasa... Seguimos tanto em frente. É como se colocássemos os nossos sentimentos no automático, porque achamos que, em algum momento, iremos esbarrar no nosso destino final e ter alguma alegria. Mas, raramente, ela vem. Raramente conseguimos plenamente responder a alguém sobre nossa felicidade. E o que a gente faz? Continuamos a ~nadar~ seguir em frente.
Enfim, escrevi tudo isso, porque compartilho desse sentimento também: o do cansaço de ter certeza das coisas. E dizer, também, que estou aqui, viu? Sinto, às vezes, que somos uma só pessoa, sabe? Mas que, por algum motivo, nossa alma se fragmentou. E, daqui eu escrevo, e daí, você escreve. Mas, no fundo, somos uma só.
Sobre o futuro: há uma música que tem me acompanhado nos meus dias, cujo último verso é: "a vida só se dá pra quem se deu". Eu sei que a vida bate na gente sem parar, mas precisamos bater nela de volta, sabe? Dizer que estamos aqui pra viver, pra aproveitar, e não só pra cair de cara no chão. Então, minha querida Ruh, se dê pra vida. Bata nela, sim. Devolve o que ela tá te fazendo sentir - mas, veja bem, é pra fazer tudo melhorar. Se tudo tá muito ruim, então saia da rotina e vá pra um lugar que você sabe que vai se sentir incrível e em paz. Se onde você trabalha é um caos, vá pra um lugar onde possa ficar sozinha e se reabastecer de silêncios. E, claro, siga em frente. Mas não deixe que esse "siga em frente" acabe contigo. O melhor de seguir em frente é que você pode renovar tudo o que quiser ;) (Aliás, vai ter post meu no fim de semana sobre isso, haha xD).
Já escrevi demais haha. Desculpa. Nossa, eu e minhas bíblias em forma de comentários!
Love, Nina.
http://ninaeuma.blogspot.com/