Uma das sessões que mais gosto de fazer para o Perplexidade e Silêncio é esta, por dois motivos: primeiro, porque posso compartilhar minhas últimas leituras e, segundo, porque sempre tem alguém que me sugere um livro interessante. Então aqui vai mais duas sugestões de leitura!
A Evolução de Calpúrnia Tate, de Jacqueline Kelly
Tempos atrás falei sobre o livro "O Mundo Explicado por T. S. Spivet", de Reif Larsen. A primeira coisa que pensei quando comecei a ler Calpúrnia foi que ela era a versão feminina de T.S.Spivet e eles deviam namorar, casar e ter filhos! <3
A estória se passa na virada do século 19, no ano de 1899, e mostra a familía de Calpúrnia: ela, seus pais, seus seis irmãos e seu avô. Calpúrnia é a "ovelha negra" da família, pois não se comporta como as outras meninas de sua idade. Ela não se interessa por bordado, cozinha ou piano.
Ela gosta de explorar a natureza e, por isso, se aproxima de seu avô, um cientista que conheceu Darwin. Ela choca ainda mais sua mãe quando anuncia que quer ir para a faculdade, e não casar e ter filhos. Jacqueline Kelly fez um bom trabalho de pesquisa sobre os costumes do século 19, então conseguimos tranquilamente contextualizar Calpúrnia e sua família naquela época.
É um livro muito interessante, pois foca na dinâmica dela não só com sua família ultra conservadora, mas com a sociedade em si e seus próprios anseios. Além disso, o estreitamento do relacionamento dela com o avô é muito bonito, ao longo do livro. E a alma rebelde de Calpúrnia me encheu de orgulho. Se eu gostaria que T. S. Spivet fosse meu filho, com certeza Calpúrnia seria minha filha.
A Menina Submersa, de Caitlín R. Kiernan
Achei que este livro, basicamente, trata sobre o conceito da loucura. A estória é narrada por Imp (Indian Morgan Phelps), uma garota esquizofrênica que resolve escrever um livro. Ela tem, na família, um histórico duplo de doença mental e suicídio - sua mãe e sua avó - e ela luta para não seguir os meus passos de ambas.
Quando li a sinopse deste livro, ela falava de muitos "elementos fantásticos". Fiquei um pouco decepcionada quando percebi que estes elementos, na realidade, eram fruto da loucura dela, e não fantásticos em si. Outra pequena decepção que tive foi em relação ao final, pois o livro é permeado por uma promessa de suspense e mistério que, na minha opinião, não se concretiza.
Os relatos dos surtos de esquizofrenia de Imp são cansativos. Bonitos, poéticos, mas cansativos.
Ou seja, eu gostei deste livro, mas eu esperava muito mais dele, então fiquei frustrada. Caitlín escreve bem, sem dúvidas, e traz um novo tipo de visão à esquizofrenia. Agora, se a visão que ela traz é positiva ou negativa para quem sofre deste transtorno, é uma discussão mais profunda que acho que não cabe aqui neste momento. Meu lado psicóloga tem lá algumas ressalvas.
Se você já leu algum destes livros, deixe sua opinião que vou adorar saber! E se quiser me indicar algum livro, fique à vontade também.
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