Já Li #149 - Simon Snow, Vol. 2: O Filho Rebelde, de Rainbow Rowell

 

Pois engrenei na leitura dessa trilogia e estou adorando as histórias de Penélope, Baz e Simon. Na resenha de hoje, falarei um pouco sobre o que achei do segundo volume da série Simon Snow, "O Filho Rebelde" de Rainbow Rowell.

Se você quer saber mais sobre o primeiro volume, "Sempre em Frente", veja este post.

Vou partir do princípio que você já leu o livro anterior, por isso, se você não o fez, cuidado com os spoilers.
A história começa alguns meses depois que Simon mata o Mago. Simon, que não conseguiu se livrar das asas e da cauda de dragão, perdeu sua magia na luta anterior e passa por um episódio de depressão. Ele não se levanta do sofá para nada e, aos poucos, acaba se afastado de Baz e do mundo. Penélope, preocupada com o amigo, sugere uma roadtrip pelos Estados Unidos, com o objetivo de movimentar um pouco a vida deles e proporcionar uma mudança de cenário a Simon.
Ao chegarem nos Estados Unidos, eles percebem que Agatha, agora morando na Califórnia e tentando viver uma vida normal (isto é, sem magia), está em apuros, e decidem ir atrás dela. Em paralelo, Penelope descobre que seu namoro terminou e é confrontada por seu comportamento controlador. 
O trio enfrenta uma série de seres mágicos e é acompanhado por um normal chamado Shepard, que mais atrapalha do que ajuda. 

O que eu mais gostei nesse livro é que o enredo é focado no arco de desenvolvimento dos três protagonistas, o que é um pouco diferente do primeiro. Nele, Rowell precisou explicar várias coisas do mundo mágico que ela criou mas aqui, uma vez que já está tudo posto para o leitor, ela pôde se concentrar nos personagens em si, o que foi ótimo.
Penélope, acostumadíssima a sempre ter um plano, se vê perdida e sem saber o que fazer. Ela não consegue pensar em uma maneira de encontrar Agatha, seu namoro termina de uma forma abrupta (para ela) e todos ao redor de Penélope parecem fazer questão de jogar na sua cara seus defeitos. Eu me identifiquei muito com ela nesse livro e foi, sem dúvida, o arco que mais gostei de ler.
Baz finalmente conhece outros vampiros e isso coloca tudo em uma nova perspectiva para ele. Primeiro, ele percebe quão pouco sabe sobre si mesmo, uma vez que nunca ninguém lhe explicou o que era, de fato, ser um vampiro. Depois, ele descobre outras maneiras de lidar com a sede, de viver em sociedade e de usar seus poderes - algumas descobertas foram boas, outras nem tanto. Tudo isso fez com que Baz parecesse ao leitor mais um mocinho do que um vilão, o que é uma mudança em relação ao primeiro volume.
E, por fim, Simon está tentando se reencontrar, uma vez que não é mais O Escolhido e nem tem magia para usar. Propositalmente, Rowell escreveu seu arco em um ritmo um pouco mais devagar, pois acredito que ela esteja guardando o clímax dele para o último livro da trilogia. Simon foi quem menos me prendeu a atenção neste volume, pois senti que o foco maior foi em Penélope e Baz (o que achei bom, aliás).

O lado negativo destas escolhas de Rowell é que Shepard e os seres mágicos parecem apenas ornamentais na história, como se fossem um cenário ou um pano de fundo meramente com o objetivo de criar a tensão necessária para o enredo. Shepard, em si, é um personagem bem legal, que poderia ter sido explorado mais, então espero que ele apareça no próximo livro com mais destaque. Em relação aos seres mágicos, achei eles meio confusos, mal descritos, mas não chegou a ser um problema.
Agatha, por outro lado, foi completamente inútil. Na verdade, eu já achei ela desnecessária no outro livro, nesse então... sinceramente, Rowell poderia ter matado ela e não faria diferença nenhuma.

Outro ponto, que não chega a ser ruim, é que acho que Rowell poderia ter explorado mais o relacionamento entre Simon e Baz. Eu entendi que os dois não sabem como amar e, estando em posições muito complicadas na vida, não entendem como agir um com o outro, até aí ok. Porém, não sei, fiquei com a sensação de que faltou alguma coisa (uma cena, um diálogo?) para conectar os pontos dessa plot antes do livro terminar.
Também penso que ela poderia melhorar um pouco a descrição das cenas de ação, tenho a sensação de que elas não são o ponto forte da escritora. O ritmo e a dinâmica destas cenas era meio confuso e, por diversas vezes, eu tive a sensação de que estava faltando um pedaço da narrativa. Além disso, outra obervação que tenho, sendo escritora, é que o jeito como Rowell terminou alguns capítulos era meio frustrante - parecia que algo muito ruim tinha acontecido, mas aí no capítulo seguinte a história seguia normal. 

Mas, de forma geral, é uma leitura que sigo recomendando e já comecei a ler o próximo volume.

Avaliação do Perplexidade e Silêncio: 

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