Já Li #23 - Trilogia Elenium, vol. 1: O Trono de Diamante, de David Eddings


Em qualquer rápida pesquisa sobre autores de Fantasia, David Eddings aparece como um grande nome do gênero. Falecido em 2009, muitas obras suas ainda são publicadas postumamente e me interessei pela trilogia Elenium. Aqui neste post, falarei sobre o primeiro volume dela, "O Trono de Diamante".

A princesa Ehlana, do reino de Elenia, acometida por uma estranha doença, está adormecida em seu trono de cristal há anos. Embora ainda esteja viva, ninguém é capaz de encontrar uma cura para sua condição. Enquanto isso, Annias manipula o príncipe regente e é quem realmente governa o reino de Elenia, sendo membro importante da Igreja e do Conselho Real. É este o cenário que Sparhawk encontra após dez anos de exílio, tempo que ficou fora em uma missão para a Ordem Pandion. Ele é o Campeão da Rainha de Ehlana e, quando se depara com a situação dela e de seu reino, resolve descobrir o que está por trás de sua misteriosa doença e quais são as reais intenções de Annias.

O livro é cheio de boas premissas, mas vou começar falando sobre o que não gostei: a estória é basicamente e predominantemente escrita em diálogos. Logo no início da leitura, pensei que seria algo passageiro e que Eddings retomaria o estilo épico fantasioso que este tipo de trilogia costuma adotar - as descrições pormenorizadas das personagens e das situações, assim como o aprofundamento das questões culturais de cada localidade onde o livro se passa e assim por diante. Mas isso não aconteceu. Página atrás de página, capítulo atrás de capítulo, a narrativa era apenas baseada em diálogos. Claro que eu vejo um certo mérito no estilo dele, pois deve ser difícil passar todos os acontecimentos e atmosferas ao leitor sem trechos narrativos e descritivos, porém, a leitura torna-se muito cansativa e, sobretudo, repetitiva.

Por conta deste estilo de narração, tive uma enorme dificuldade em me conectar com a estória. O livro tem uma série de personagens com um grande potencial de desdobramentos - Sephrenia, uma sacerdotisa poderosa; Kurik, o escudeiro de Sparhawk; Talen, um garoto ladrão e morador de rua; apenas para citar os que mais gostei - mas este potencial não é explorado. Afinal, eles aparecem apenas nos diálogos, com poucos momentos de ação, reflexão ou aprofundamento.

O mesmo ocorre com as localidades e as tramas políticas que estão envolvidas no governo do reino de Elenia. Tenho como exemplo a "Saga Mistborn" ou "Elantris", ambos do escritor Brandon Sanderson, que conseguem levar o leitor a participar de diversos pontos-de-vista políticos e históricos de uma mesma situação. Aqui, Eddings dá um panorama muito genérico sobre as alianças políticas. Além disso, os inúmeros personagens que surgem para ajudar Sparhawk a tirar Annias de Elenia não tiveram uma identidade forte para mim, tampouco uma presença marcante no enredo.

E, para completar o pacote, achei o final extremamente previsível. Lendo o prólogo do livro e seu primeiro capítulo, rapidamente se percebe o que irá acontecer.

Ou seja: me decepcionei bastante com este livro e não pretendo continuar a Trilogia. Acho que o enredo deixou muito a desejar, principalmente por ser uma estória de Fantasia com toques medievais. Esperava muito mais.

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