O que aprendi depois de publicar um livro


Recentemente, publiquei um livro chamado "Os Três Encontros". Falei sobre ele aqui e aqui. Resumidamente, trata-se de uma literatura fantástica sobre os encontros misteriosos que Virgínia tem com o Universo, o Tempo e o Destino. Claro que é muito mais do que isso, portanto, recomendo você acessar os links ali em cima se quiser mais informação.
Passados os primeiros meses da publicação do livro, resolvi parar e fazer uma reflexão: afinal de contas, o que aprendi com isso tudo? Afinal, foram anos de muito trabalho, pesquisa e dedicação, sabendo que o retorno financeiro não existiria. Aprendi que:

O mercado editorial precisa de uma revolução
Tempos atrás, comprávamos CDs e escutávamos música nas rádios, esperando com a fita cassete do lado para gravar nossa música preferida. Não é preciso ser muito atento para notar as enormes mudanças que aconteceram no cenário musical, e que permitiram um maior acesso do público às músicas, bem como permitiu que vários artistas alternativos tivessem espaço.
Todo mundo sabe que publicar um livro através de uma editora é difícil. Alguns mais pessimistas dirão que é impossível, já que as editoras preocupam-se simplesmente com vendas e lucro. Eu decidi ir por um caminho diferente, em vez de ficar batendo a cabeça na parede: publiquei meu livro de forma independente, assim como muitos fazem na indústria musical.
Muitas pessoas se dizem escritoras, mas não sabem nem as normas básicas de Gramática. Outras tantas conseguem projeção por estórias manjadas e batidas, apenas para conseguir "likes" e "visualizações". Estes pseudo-escritores atrapalham o caminho de quem lida com isso de forma mais profissional, pois afasta, ainda mais, os editores. 
Ser independente, em qualquer cenário, exige que sejamos ainda mais profissionais, já que não teremos ajuda. No meu caso, precisei não só escrever toda a estória sozinha - estrutura, personagens, sistema mágico, etc - como revisar, diagramar, fazer a capa e a sinopse e, o mais complicado, o marketing e a divulgação do livro. Ainda bem que existem parceiros como o Clube dos Autores e a Amazon, que permitem a publicação de escritores independentes.
Me pergunto se, no futuro, o mercado editorial mudará, se adaptando às novas exigências de determinados públicos, que estão cansados de ler sempre a mesma coisa, e se os escritores conseguirão força para fazer esta mudança. Espero que sim, pois está na hora de termos uma Literatura melhor e mais democrática. Porém, é um longo caminho ainda a percorrer. 

Os leitores, às vezes, são pré-conceituosos
Quando uma pessoa lê meu livro, ou de qualquer outro escritor, e faz críticas construtivas, é muito legal. Sério. Mesmo que a pessoa não goste de algo, dependendo de como ela aponta isso, é muito engrandecedor. Afinal, ninguém é dono da verdade, muito menos o dono da estória.
O que é difícil superar é a barreira do pré-conceito. Explico: a pessoa nem leu determinado livro, tampouco sabe a sinopse ou algo sobre o(a) autor(a), e já desfere críticas infundadas. Como exemplo pessoal, li comentários de pessoas que não leriam um livro como "Os Três Encontros" porque (sic) "É muito curto" ou "Se não foi publicado por uma editora, não presta". 
Pré-conceito é algo tão antigo, pessoal. Superem. Evoluam. Pensem fora da caixinha. É legal aqui do lado de fora.

Amigos são fundamentais, mas é preciso ir além deles
Tive alguns amigos que foram fundamentais no processo de publicação do livro. Eles acreditaram em mim em momentos que nem eu mesma acreditei. E, claro, leram o livro e fizeram comentários sinceros, práticos, assertivos e construtivos. Digo sempre que, sem eles, tudo teria sido ainda mais difícil do que já foi.
No entanto, logo descobri que, como escritora, eu queria ser lida por pessoas desconhecidas, pois queria obter perspectivas e pontos-de-vista diferentes da obra. Por sorte, conto com amigos muito honestos e francos, mas ninguém fala de sua obra tão sinceramente quanto alguém que sabe que nunca vai ver você.


Desanimar não é uma opção quando se é um escritor
Poderia fazer um post com uma lista de motivos para desanimar de ser escritor(a) no Brasil. Mas, em um determinado momento do processo, resolvi que não ficaria sentada olhando para a parede, me preocupando com todos os obstáculos. Então, decidi que enfrentaria cada um deles, da melhor forma possível e com o máximo de recursos que eu pudesse obter.
Como recursos, temos a própria Internet e as redes sociais, que são ferramentas fundamentais para o escritor moderno (gostando ou não). Há também diversos cursos online ótimos sobre Teoria Literária, Escrita Criativa e outros tópicos que são importantes de serem estudados. Podemos alcançar leitores-beta, revisores e leitores críticos. 
Portanto, o que aprendi foi: em vez de gastar minha energia com o que pode dar errado, vou gastá-la com soluções e planos B. Este aprendizado tem uma sub-lição: Superar as frustrações é o mais difícil e o mais importante.

Há sempre uma idéia esperando para ser escrita
Quando comento que comecei a escrever o próximo livro, o espanto é geral, pois todos acham que é "cedo". Como disse em um post anterior, "O que me motiva a ser escritora", escrever é o que me mantém viva e sã, e acho que isso deve ser a motivação de qualquer pessoa que queira entrar neste Maravilho Mundo da Literatura. Não é dinheiro, fama, prestígio ou o livro virar uma produção de Hollywood. Isto são resultados possíveis, mas não podem ser a motivação. Um escritor se motiva porque sabe que sempre, sempre!, existe uma excelente estória esperando ali no cantinho da mente para ser vista e ouvida.

Foi um processo complexo e desgastante, mas mal posso esperar para começar tudo de novo. (:

Caso alguém queira ler o meu livro, é só clicar aqui, onde está tudo bem explicadinho.

4 Comments

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  2. Muito, muito obrigada pelas palavras que chegaram aos meus ouvidos como motivação. :)

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    1. Oi Eliana,
      Seu comentário tinha vindo duplicado, aí deletei um deles.
      Fico feliz que tenha servido como motivação para você, de verdade! <3

      Um beijo e volte sempre!

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  3. Olá Eliana,
    Muito bom ler seu texto e ver que você não desistiu da sua história!
    Mas como você disse amigos são fundamentais e desanimar não é uma opção. Não sou escritora, mas tenho amigos que são e por isso acabo me envolvendo em alguns projetos dando minha opinião.
    Recentemente uma amiga me falou que descobriu a bookstart.com.br que é um sistema de financiamento coletivo para autores e ao ler o seu texto pensei, vou comentar falando dessa descoberta porque ela pode ajudar pessoas como a Eliana!
    O que mais me surpreendeu foi quando ela me falou que eles fazem tudo que ela precisa dentro do processo editorial e ainda captam recursos para a publicação do livro físico, em todos os formatos de e-book e ainda tem uma livraria que conta com todas as obras publicadas por eles...
    Acho que vale a pena você dar uma olhada, ela me informou que a equipe de Marketing e Editorial entrou logo em contato quando ela cadastrou o manuscrito na plataforma.
    Bjs, espero ter ajudado!

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