Os Arquétipos


Arquétipos são os primeiros modelos mentais que a Humanidade criou para dar significado às suas experiências. São padrões muito antigos de linguagem que criamos e que, hoje em dia, estão presentes na cabeça de todos nós de uma forma mais inconsciente. Os arquétipos são estudados pela Filosofia, Antropologia, Psicologia (beijo, Jung!) e também são utilizados na Literatura. Falaremos, então, dos arquétipos fundamentais da Literatura e do Cinema.


Criativo: um arquétipo criativo, ou criador, está presente nas estórias e personagens que visam construir e criar alguma coisa. São inquietos enquanto não alcançam o estado-da-arte do que estão fazendo, tornam-se deprimidos se não podem criar ou se vivem em sociedades restritivas de liberdade. Exemplo: Gil (Owen Wilson) no filme Meia Noite em Paris. Ele idolatra os escritores, busca a perfeição da escrita que admira neles e não se torna pleno até que saia da relação sufocante com a noiva Inez (Rachel McAdams).

Atlético: o arquétipo atlético traz consigo outros simbolismos que foram importantes para a preservação da espécie nos primórdios da Humanidade e que são valorizados até hoje: agilidade, destreza, raciocínio rápido e força. Personagens deste arquétipo estão presentes em ambientes que envolvam ação e altos riscos, como, por exemplo, o Legolas de O Senhor dos Anéis de J. R. R. Tolkien ou personagens à lá James Bond.

Rebelde: Ah, estes são os melhores! São personagens que questionam o status quo, são ousadas e buscam revolução. Os rebeldes não se conformam com respostas como "porque sim" e "porque não" e buscam compreender profundamente o mecanismo de funcionamento das coisas e das pessoas. E não irão fazer o que não concordam e o que não querem. Exemplos: Jack em O Clube da Luta, de Chuck Palahniuk (interpretado por Edward Norton na adaptação para o cinema), V na HQ V de Vingança, Kvothe de A Crônica do Matador do Rei, de Patrick Rothfuss.

Afetivo: Este arquétipo normalmente é visto como predominantemente feminino (como a Fada Madrinha, de Cinderella). Porém, com a crescente evolução da questão de gêneros ao longo dos anos, atualmente encontramos mais exemplos masculinos deste arquétipo como, por exemplo, Scott Lang, o Homem-Formiga, e sua busca pela proteção de sua filha.

Visionário: Também adoro este! São personagens que inspiram os outros a buscarem e acreditarem em um futuro melhor, mais justo e igualitário. Costumam ser otimistas e resilientes. Os visionários também são à frente de seu tempo, antevendo problemas e soluções para reconstruir a realidade existente. Exemplos: Bruce Wayne, que acredita que Gotham City pode ser uma cidade melhor para todos, ou Julio Verne quando escreveu Vinte Mil Léguas Submarinas, ou ainda Isaac Asimov e seu futuro de Inteligência Artifical de Eu, Robô.

Rei/Rainha: no passado, este arquétipo tinha o simbolismo de Poder, ou seja, falava daquelas pessoas que estavam no comando. Hoje em dia, uma adaptação deste arquétipo é o Executivo(a) Poderoso(a). Ambos tem a conotação de autoridade formal e hierárquica, a qual súditos devem obedecer. Exemplos: Cersei Lannister em A Guerra dos Tronos de George R. R. Martin, Miranda Pristley (Meryl Streep) em Diabo Veste Prada e até mesmo o Christian Grey (me recuso a falar mais sobre ele - blergh!).

Espiritual: este talvez seja o mais antigo e universal arquétipo, pois tem o simbolismo de cura, paz e regeneração. Normalmente é a personagem que guia o Herói no percurso, aconselhando-o e ajudando-o a atingir a plenitude. Exemplos: Padre José Pedro em Capitães de Areia, de Jorge Amado e Galadriel, de O Senhor dos Anéis de J. R. R. Tolkien.

Defensor: Se o Visionário acredita no futuro, o Defensor acredita no presente. Eles são motivados pela capacidade e oportunidade de mudar as coisas como são, protegendo os "fracos e oprimidos". A grande maioria dos heróis de HQ enquadram-se neste arquétipo. Exemplos: Roland na série A Torre Negra, de Stephen King ou até mesmo Harry Potter.

Intelectual: Conhecimento é poder, e o ser humano sabe disso desde a origem dos tempos. Conhecer é essencial para sobreviver. Se, antes, o arquétipo englobava conhecimentos da natureza e das estações do ano, por exemplo, hoje em dia ele se estende à ciência e tecnologia. Exemplos: Sherlock Holmes de Arthur Conan Doyle, Ender Wiggin em Ender's Game de Orson Scott Card e T. S. Spivet que mencionei aqui anteriormente.

Qual seu arquétipo preferido? Me conta!



3 Comments

  1. Caramba, que legal!! Acho que o criativo é o que mais me atrai.. ^^

    Beijinhos,
    http://www.miopesanonimos.com/

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