Top 5 | Cinco casais da Literatura


Neste Dia dos Namorados, vamos falar sobre casais de verdade. Escolhi cinco relacionamentos entre grandes nomes da Literatura.

1. Sylvia Plath e Ted Hughes

Anteriormente, falei sobre a Sylvia Plath aqui e aqui. Ela foi uma escritora profunda e muito sensível e, como consequência da sua personalidade inconstante e depressiva, ela teve um casamento conturbado com o poeta e escritor Ted Hughes.
Eles casaram-se após quatro meses de namoro, após se conhecerem em uma festa na Universidade de Cambridge. Eles gostavam de assuntos místicos e sobrenaturais e estudavam sobre o tema juntos. Mudavam-se entre os EUA e Inglaterra (onde Ted criava abelhas) e tiveram uma filha, April. Porém, Ted começou a ter um caso com a inquilina de uma de suas casas e, quando Sylvia descobriu, tentou suicidar-se num acidente de carro. A separação fez bem criativamente a Sylvia, pois o sofrimento do divórcio foi transformado em seu livro mais vendido e popular até hoje, "A Redoma de Vidro".

2. Virginia e Leonard Woolf 

Virgínia é uma das minhas escritoras preferidas e eu falo dela sempre que posso (aqui e aqui).
Virginia se aproximou de Leonard quando este alugou o quarto acima do dela, embora se conhecessem antes através de um amigo em comum. Leonard pediu Virginia em casameto diversas vezes até que ela aceitasse, pois ela tinha medo de se envolver emocional e sexualmente com alguém.
Casaram-se, e logo começaram a ter problemas, pois Virginia se recusava a ter relações sexuais. Alguns historiadores dizem que ela foi abusada na infância e tinha traumas, mas não é uma versão confirmada. Seu psiquiatra disse que ela não tinha condições psicológicas de ter filhos.
Enquanto isso, Leonard tornou-se dono de uma editora e começou a publicar livros. Logo, publicou livros de Virginia, os primeiros a vir a público. Porém, ela suicidou-se pouco depois, como contei aqui.


3. Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir

Já mencionei o Sartre aqui. Simone de Beauvoir, até hoje, é um ícone do feminismo. A união do lado filosófico dele e do lado revolucionário dela resultou numa relação profunda e cheia de conceitos.
Sartre teve nove mulheres "fixas" enquanto estava com Simone, além de outros casos menores, e as denominava "amores contigenciais", enquanto Simone era seu "amor essencial". Simone também teve seus casos extra-conjugais, e ambos mantiveram este relacionamento aberto até o fim de suas vidas. Porém, Simone sofria de ciúmes com os casos de Sartre, pois ele se envolvia e, quando o caso terminava, ele pedia conselhos e ajuda a quem? À Simone. Eles definiram que não se casariam nem teriam filhos em prol do conceito filosófico de Liberdade. Simone começou a se questionar sobre isso, depois de todo o sofrimento que veio com este modelo de relacionamento aberto. Ela, por exemplo, chegou a acobertar um caso de Sartre com uma mulher casada, indo viajar com os dois para despitar os rumores.

4. Arthur Rimbauld e Paul Verlaine 
Rimbaud foi um poeta importantíssimo para o Romantismo. Começou seu relacionamento com outro poeta, Verlaine, por cartas, compartilhando técnicas de poesia simbolista. Verlaine se encantou por Rimbaud e, junto com uma das cartas, enviou uma passagem para que Rimbaud fosse conhecê-lo em Paris.
Verlaine era casado e sua esposa estava grávida. Ele largou-a e foi viver uma vida boêmia com Rimbaud. Foram morar juntos em Londres, mas o temperamento ultra-sensível de ambos logo fez o relacionamento terminar, culminando com uma briga onde Verlaine atirou em Rimbaud, sem o matar.
Nota: há um filme chamado "Eclipse Total" (foto) com o Leonardo di Caprio no papel de Rimbaud e David Thewlis, como Verlaine. As cenas de sexo são fortes.


5. Anaïs Nin e Henry Miller

Adoro Anaïs Nin pois ela foi a precursora da literatura erótica. Henry Miller, também escritor, tem como característica principal escrever autobiografias com "jeitão" de ficção.
Na época que Nin e Miller se relacionaram, Nin era casada. Ela manteve relações extra-conjugais ao longo de seus dois casamentos, mas o maior foi com Miller, de onde tirou inspiração para diversas de suas obras. "Henry & June", sua obra mais popular até hoje, foi escrita para Miller, inclusive.
Eles tinham 29 anos de diferença e se conheceram quando Nin tinha 11 e Miller, 40.
Há também um livro com a compilação de todas as cartas de amor trocadas entre Nin e Miller ao longo dos anos, publicado pela editora Caleidoscópio.



Amor entre escritores é intenso e difícil, como deve ser. Do contrário, a arte produzida por eles seria tão boa? Acho que não.



1 Comments

  1. Oi, Ruh!

    Nossa, admirei demais a sua pesquisa para fazer essa postagem. As informações pessoais dos autores, às vezes, são bastante difíceis de encontrar, especialmente sobre um casal específico. Nunca li nada desses autores e nem sabia quais eram seus pares, mas gostei muito das curiosidades conjugais! Achei legal você abordar o casal homossexual. E fiquei meio chocada ao saber sobre a diferença de idade do último. Acho que naquela época não existia nenhuma criminalização da pedofilia, né? Me lembrou um pouco Lolita, rs.

    Love, Nina.
    http://ninaeuma.blogspot.com/

    ResponderExcluir