Top 5 | Cinco distopias imperdíveis


Se você espera que eu vá falar da série Divergente ou Jogos Vorazes, sinto lhe dizer que irá se decepcionar. Como obcecada por distopias que sou, acho que estas mais recentes deixam a desejar. Portanto, escolhi cinco distopias imperdíveis para quem gosta do gênero.

E se você espera que eu vá falar sobre Admirável Mundo Novo, leia este post. A obra já foi Sugestão de Leitura aqui no blog, portanto, não entrará nesta lista. Além do mais, lá também explico o que é uma distopia, caso você não esteja familiarizado com o termo.


(Jean Le Flambeur Series) Vol. I : The Quantum Thief - Hannu Rajaniemi

Jean Le Flamber é um ladrão de um mundo pós-humano em um Sistema Solar de uma época muito, muito, muito distante. Desta forma, grande parte dos elementos desta distopia são tecnologias e nomes que não existem na nossa realidade e são complicados de entender. No entanto, depois de alguns capítulos, já é possível abstrair destes conceitos e entender o universo da distopia (ou apelar para a Wikipedia, pois lá muitos termos são explicados).
Jean está detido em uma prisão virtual chamada Dilemma, e consegue sair com a ajuda de uma criatura misteriosa que precisa de seus serviços como ladrão sideral.
A distopia aborda predominantemente dois assuntos: como a nossa memória é algo volátil e não confiável e controle da sociedade.
A exemplo da distopia seguinte (abaixo), a moeda é o tempo. Quando uma pessoa/criatura/seiláoqueelessão morre, suas memórias são desativadas.
Aqui é possível ler o primeiro capítulo da obra (em inglês). Estou lendo este livro em formato ePub.


"Repent, Harlequin!" Said the Ticktockman - Harlan Ellison

"Repent, Harlequin!" é um conto, relativamente curto, mas extremamente bem construído. Trata-se de um mundo existente por volta do ano 2.300 - 2.400 onde toda a sociedade é baseada no tempo.
Quando alguém se atrasa para um compromisso, o tempo do atraso é descontado do seu tempo total de vida e, dependendo do atraso, é considerado um crime, passível de pena de morte.
Como em toda boa distopia, surge a figura de uma personagem que quer promover a revolução e a anarquia. Neste caso, é o Harlequim, que deve ao Ticktockman (que governa o mundo todo) mais de 63 anos de atraso.
Outra coisa legal deste conto é que ele não é contado em ordem cronológica. Ele começa pelo meio da estória, depois relata o princípio e o fim, bom, o fim se desenrola sozinho, como menciona o próprio Harlan.
O conto pode ser lido aqui (em inglês).



(Trilogia do Sprawl) Vol. I: Neuromancer - William Gibson

O jeitão de escrever deste livro é muito parecido com a primeira distopia que mencionei neste post: uma enxurrada de palavras inexistentes para descrever tecnologias inventadas. No caso da outra, a leitura me fluiu bem, mas com Neuromancer eu empaquei algumas vezes ao longo da obra, e precisei de uma certa persistência para terminá-lo.
De qualquer forma, a leitura vale a pena. Neuromancer é o vanguardista do conceito de Inteligência Artifical e é conhecido como a obra que inspirou o filme Matrix.
Fala de um mundo completamente dominado pela tecnologia onde um ex-hacker, Henry Case, teve seu sistema neural destruído pelos antigos patrões e tem uma chance de ser reconectado à matrix e ter uma segunda chance.
É uma distopia próxima à nossa realidade, em muitos aspectos.



Fahrenheit 451 - Ray Bradbury

Este livro fala da estória de Guy Montag, um bombeiro de uma sociedade onde os livros (e qualquer forma de entretenimento que não seja aprovada pelo Governo) devem ser queimados.
Guy estava muito feliz e satisfeito com sua profissão - afinal, era um dos cargos mais admirados naquela sociedade, devido sua importância para manter a ordem - até que conhece Clarisse.
(Já gostei dela só pelo nome).
Clarisse é questionadora e revolucionária e não admite que a sociedade seja do jeito que é. Ela, aos poucos, consegue influenciar Guy e promover mudanças.
Este relacionamento entre Guy e Clarisse me lembrou muito o romance de "Admirável Mundo Novo".
Nesta distopia, a sociedade é oprimida pelos meios de comunicação e pela mídia. Não existem super tecnologias como nas dicas anteriores, então é um livro que pode agradar quem não é muito fã do universo cyperpunk.


                                   Nós - Yevgeny Zamyatin

Este é um livro de 1924 e eu simplesmente adoro estes escritores que, antes de terem tudo o que nós temos, conseguiam ter uma imaginação assim grandiosa. Yevgeny é um escritor russo que foi muito perseguido pela polícia quando vivo, devido às suas ideologias libertárias para a época.
Nesta distopia, as pessoas não tem nomes e, sim, uma série de letras e números como identificação. As casas são todas de vidro e com vigilância do Governo 24h por dia. A personagem central é D-503, que participa do plano do Governo de invasão de planetas alienígenas. Ele é apaixonado por O-90, porém, o Governo decide que ela não é o par ideal para ele e a designa a seu melhor amigo, R-13.
Neste meio tempo, D-503 começa a sonhar, o que também é considerado crime nesta distopia. Daí em diante, existe uma série de complicações que envolvem ele, cada vez mais ameaçador, na visão do Governo.




Meus amiguinhos do Taverna do Aventureiro, mais uma vez, fizeram um post duplo comigo. Assim, eles também fizeram uma lista com mais seis distopias interessantes. Para ver as escolhas deles, clique aqui.
Esqueci de alguma distopia que você conhece? Deixa aí nos comentários!

1 Comments

  1. Oi, Ruh!

    Adorei o tema da postagem! *-* De nome, eu só conheço Fahrenheit 451, mas, até agora, nunca tinha sabido muito bem sobre o que se tratava. Gostei bastante, vai entrar pra minha lista de livros que você indica! E gostei muito, também, do último. Achei intrigante o fato de os personagens serem nomeados com códigos! Anotado, também! :D
    P.S.: amo as suas postagens, pois você vai além do pensamento comum. Aposto que, se eu, ou outro blogueiro "comum" fosse fazer essa postagem, a lista seria mais livros-modinha. Gosto do seu jeito cult, admiro muito <3

    Love, Nina.
    http://ninaeuma.blogspot.com/

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